Independência Inacabada!
- Luca Correa Pires

- 7 de set.
- 1 min de leitura
Ao pensarmos o 7 de setembro, não podemos restringir nossa análise ao evento histórico de 1822, mas sim à construção social e política que ele simboliza. A independência brasileira, conduzida pelas elites agrárias e políticas da época, não significou ruptura com as estruturas de poder herdadas do colonialismo. Ao contrário, assegurou a continuidade da escravidão, da concentração de terras e da exclusão popular. A “independência” foi, portanto, parcial, limitada e seletiva.
A recente taxação de produtos brasileiros pelos Estados Unidos é apenas um exemplo de como nossa economia permanece vulnerável às dinâmicas externas, revelando a fragilidade da nossa posição no mercado global.
A soberania, entretanto, não se restringe às fronteiras econômicas. Ela se relaciona também à capacidade de um país definir seus próprios rumos políticos e sociais. Nesse sentido, os episódios recentes da vida nacional desde articulações que enfraquecem a democracia até pedidos de anistia para práticas autoritárias mostram como nossas instituições ainda oscilam entre o fortalecimento da participação popular e a preservação de interesses de grupos específicos.
Assim, o 7 de setembro nos convida a enxergar que independência não é apenas um marco no calendário, mas um processo inacabado. Ela se constrói ou se perde a cada decisão econômica, política e social. E cabe a nós, como educadores e cidadãos, manter viva a reflexão crítica sobre os caminhos que ainda precisamos percorrer para que a palavra soberania deixe de ser um ideal abstrato e se torne uma prática efetiva.






Comentários